Bom dia pessoal, hoje temos um depoimento muito especial de uma paciente que sofreu o ápice da maldade contra nós mulheres, ela foi abusada e violentada sexualmente e a partir desse terrível episódio se fechou para a vida sexual.
Tratar de pacientes que passam por isso sempre é algo delicado de se fazer, e assim foi o tratamento desta paciente que nos conquistou com seu jeito meigo e determinada.
Na minha clínica criei algumas regras quando encontramos casos como este, uma delas é não tocar no assunto do abuso, pois não somos psiquiatras nem psicólogas e portanto não podemos ajuda-las nesse questão, para isso sempre encaminhamos a profissionais competentes para tratamento.
Atuamos na área que nos cabe como fisioterapeutas. E com a determinação dessa paciente, em pouco tempo ela obteve o resultado que tanto esperava, ter uma relação sexual saudável.
Cuidar desta paciente foi um privilégio, mudar sua história de vida foi fantástico e vê-la escrever um novo rumo para sua vida, é algo indescritível.
Minha querida, não posso mudar o que aconteceu a vc, mas agradeço a Deus porque pude ajudar no seu presente e principalmente no seu futuro! Que vc seja muito feliz e obrigada por me escolher e confiar em mim!!! Beijo enorme !!!
“Se você está lendo isso, provavelmente é porque está onde eu estive quase um ano atrás: tentando decidir se vai ou não arriscar-se a resolver uma coisa que atrapalha a sua vida de tantas maneiras que você nem conseguiria explicar. Se você quer um conselho: tente. Não vai ser fácil, nem confortável; e vai ser trabalhoso. Mas eu prometo que você não vai se arrepender. Ser capaz de fazer sexo de qualidade, como, onde e com quem eu quiser é uma das mais valiosas conquistas da minha vida.
Quando o ginecologista, depois de alguns anos e muita insistência por um diagnóstico me disse que eu tinha vaginismo, vi todos os vídeos da Dra. Débora, pesquisei todos os materiais disponíveis e li todos os depoimentos do site na ânsia de encontrar algo que falasse comigo. Diferente da maioria das pacientes da Dra. Débora e do seu time muito competente de fisioterapeutas, eu cheguei ao consultório com um passado de abuso sexual infantil, cheia de traumas, transtorno de stress pós-traumático crônico e outros monstros. Durante mais de 27 anos sexo para mim era só uma fachada. Aquilo que eu dizia que fazia para ninguém me encher enquanto eu tentava me resolver entre psicólogos, remédios psiquiátricos e alguns (muitos) namoros frustrados sexual e emocionalmente. Pra mim, pra minha vida, sexo era carta fora do baralho.
Na época em que fiz a avaliação tinha tentado transar algumas vezes, sentindo uma dor que era impossível. Terrível mesmo, e diferentemente do que falavam, não ficava melhor nunca, quando eu conseguia, eu parava o sexo no meio e no dia seguinte a parte interna das minhas coxas doía tanto que era difícil de andar ou fazer xixi. Só reforçava pra mim a ideia de que sexo era dor e impossibilidade. E era ainda pior quando os ginecologistas diziam que a dor era psicológica e não física. Achava que estava ficando louca!
Se você quer saber a razão pela qual eu fui à consulta mesmo acreditando que era mais um tratamento que, se ajudasse, ia ser um passo de formiga na minha caminhada, acho que a resposta é: teimosia/vingança. Se não desse certo e eu passasse o resto da vida sem sexo, eu queria morrer com a certeza de que tinha feito tudo ao meu alcance para que aquele que me violou e tirou de mim não só minha virgindade, mas anos de amores – que acabaram sendo porcamente vividos; não tirasse de mim todo o resto também.
Fui avaliada pela Dra. Débora com um quadro moderado pra grave de vaginismo e acabei sendo atendida por ela com o acompanhamento constante da Dra. Rose (que também me atendeu mais pro finalzinho do tratamento). Gostei muitoooo da conduta super profissional, mas ao mesmo tempo muito humana delas. Havia o cuidado constante em não cutucar feridas que depois seriam difíceis de serem fechadas. A liberdade de ficar batendo papo sobre os mais diversos temas e poder dar risada em vez de ficar se debruçando sobre traumas nesse momento de grande exposição física tornava as sessões fisioterapêuticas bem mais leves. Outra questão essencial foi a segurança que era sentida em cada explicação ou orientação.
Fiz os exercícios com as bolinhas de tênis e todos os outros que elas pediram de maneira séria e constante e acho muito importante pontuar que acredito que só tive resultados tão bons porque me esforcei muito para fazer a minha parte durante todo o tratamento.
Vou partir do princípio de que você pode estar na mesma situação que eu estava e ser sincera: não foi nada fácil, tocar o tema de uma forma tão evidente e física; lidar com memórias corporais involuntárias foi inevitável. Quando chegava em casa às vezes me sentia muito mal, tinha dores de barriga, vômito, crises de choro. Queria desistir.
Uma rede de suporte se torna essencial, amigos próximos que sabem da sua dificuldade e te dão colo e/ou incentivam a continuar; um namorado (o meu teve toda a paciência do mundo quando, durante o tratamento, às vezes eu não queria nem beijá-lo); família… Não tente fazer isso sozinha! Saiba também que a equipe da Dra. Débora é incrível e vai te dar um suporte além do que você imagina, e, em alguns casos indicar um psicoterapeuta e/ou um psiquiatra também. Se for o seu caso, aconselho fortemente que ouça, fez muita diferença e me ajudou a continuar no tratamento.
Meu tratamento durou uns 4 meses e quando finalmente tive autorização para transar a sensação foi um misto de “finalmente” com “minha nossa”. Demorei meses para assimilar a ideia de que estava curada e que aquilo que parecia impossível tinha de fato sido superado. Chorava todo dia num misto de alegria e alívio. Descobri que tinha escolha e resolvi considerar minha primeira vez, não uma situação de violência; mas aquela que se deu quando eu transei com quem eu amava, no momento em que eu me senti pronta, no local que eu escolhi, nas posições em que eu me senti melhor, SEM DOR.
O que tinha começado por vingança passou então a ser amor próprio, conquista, vitória. Não tem nada que eu possa te dizer aqui que explique a sensação de ter uma penetração sem dor, sem NENHUMA DOR. Com PRAZER. Nada que exemplifique a liberdade que gozar junto com quem você escolheu. Nada que descreva a vivência de ter alguém em cima de você, te envolvendo por completo, e não sentir dor e simplesmente não querer sair debaixo dele. Nada.
Mas eu te digo, como quem já viveu a impossibilidade disso na carne, no sangue e na alma. Como quem já acreditou que jamais conseguiria. Como quem viveu quase 30 anos lutando com memórias, dores e traumas.
Eu te digo que é possível. Que o que a Dra. Débora promete ela entrega. Que a cura total (e não aquele passo de formiga) existe, acontece e é real.
E digo mais: eu te digo que você merece.”